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Elise KanashiroPlanejado pela Prof. Dra. Luciana Yuki Tomita, foi algo totalmente novo em meu campus (Campus São Paulo); um projeto que se propunha a discutir não apenas sustentabilidade, mas também a saúde dos estudantes.

A ideia era começar a fazer compostagem com resíduos orgânicos do Restaurante Universitário (RU) e usar o adubo gerado nesse processo para alimentar uma horta. Desse modo, seria possível reduzir os gastos com lixo do RU e, consequentemente, da universidade. Ao mesmo tempo, o objetivo era também criar uma horta, da qual os estudantes pudessem cuidar, ajudando a melhorar nossa saúde mental. Com relação à compostagem, o projeto tem sido um sucesso, com mais de 465 kg de resíduos orgânicos reciclados (até outubro de 2018). Mas esse não é meu foco aqui. O meu foco é em como ser parte desse projeto tem me ajudado a ser menos ansiosa e a, de fato, aproveitar o tempo que passo na universidade.

Na minha opinião, nosso atual ambiente tecnológico e imediatista proporcionou problemas de ansiedade em diversas pessoas, ou mesmo aumentou esse tipo de distúrbio em quem já o possuía. E isso tudo pode se tornar ainda pior para estudantes de medicina, devido à rotina cansativa, à grande quantidade de horas dedicas ao estudo e à competição pouco saudável que permeia os espaços acadêmicos. Essa era exatamente minha situação quando comecei a fazer compostagem e a cuidar da horta: eu era extremamente ansiosa. Não apenas no tocante a assuntos universitários, mas também em minha vida pessoal. E agora, 8 meses depois, percebo que ainda sou ansiosa, sim; mas que é algo muito mais controlável. A ansiedade não me impede de realizar as coisas.

Como isso aconteceu? Bem, acho que, cuidar das plantas, seres que não crescem imediatamente, pode ser a resposta. É necessário semear e depois regar as sementes por dias, talvez semanas, antes de poder começar a ver algum resultado. E essa rotina diária em si pode ajudar a lidar com o estresse. Eu percebi que, quando estava cansada de estudar e fazia uma pausa para ir regar as plantas, por exemplo, isso me ajudava a eliminar um pouco a tensão, e depois eu voltava revigorada para continuar a estudar. Além disso, não só estudantes podem cuidar da horta – funcionários da universidade também podem. E ser parte disso aumentou meu senso de comunidade, de pertencimento – algo muito importante já que há dias em que eu passo mais tempo na UNIFESP do que em casa. Assim, minha rotina se tornou mais leve, e a universidade, mais aconchegante, uma vez que comecei a conhecer professores, técnicos de laboratório e funcionários da limpeza por seus nomes. Todos unidos para as atividades de jardinagem.
Então, é por isso que eu digo que cuidar das plantinhas melhorou minha saúde. Para concluir, quero enfatizar a importância de iniciativas como essa, que se preocupam com a saúde dos universitários.

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